Não sei bem o que faz do erro um acerto ou do imprevisto o quisto. É tão sombria a natureza insuspeita dos momentos… É tão claro que de nada sabemos… quase nada entendemos. Não sei mesmo o que torna o feito perfeito. Sei somente do que ecoa, o efeito.
Mês: novembro 2017
Viciada
É lambusada de você
Que me reconheço eu.
Sussurrada
Desmanchada
Escorrendo em sua pele
Viciada.
Melancolia
Crescia
Na linha. Dura.
Corria
No peito. Nula.
Sabia
Efeito. Jura.
Vendia o apego à sua
Melancolia.
Pina
Eu viveria entre mármores curvilíneos que avistam um horizonte que eu não alcanço.
Eu poderia ser esquecida, deixada só entre as criaturas de pedra
Que eternizam os movimentos apaixonados das mãos de sonhadores.
Eu cairia aos pés d’O homem que Marcha
E restaria deitada no octógono que me carrega em viagem circular
Esperando o símbolo perdido se encontrar.
Eu vagaria sem pele por aquelas tiras longas de madeira queixosa
Embriagada pela luz sublime do céu envidraçado.
Eu dançaria nas ruas escuras de óleo e verniz e me juntaria, cansada, às Mulheres na Janela.
Eu amaria todos os donos de olhares apaixonados com braços que eu não abraço.
Eu poderia ser esquecida, deixada só entre as cores da aquarela
E viveria entre histórias vis e memórias secretas.
Poesia em homenagem à Pinacoteca do Estado de São Paulo, um dos lugares que fazem meu coração sorrir.