As janelas sempre me fascinaram. Ao me deparar com uma… eu imagino pinçando-me a mim mesma, como se estivesse mexendo com a peça de um tabuleiro de xadrez e me ponho em diferentes posições. Sinto que é imensamente confortável qualquer das perspectivas: estar do lado de dentro e olhar para a janela, gradeada ou não, para o contorno, seu limite mais íntimo é tão bom quanto perscrutá-la de fora, a partir do externo, do que ela revela aos olhares desconhecidos. Penso, em todas as vezes, todas mesmo, quando eu avisto uma janela: qual lado será mais seguro? Qual dos espaços, interno ou externo, de lá ou de cá, limitados pela janela é melhor para se estar? O que conhece a face de dentro? O que já viu a face de fora? Fato é que os ornamentos que ficam pra fora jamais conhecerão as cores de dentro… e isto é a condição para ser janela.

Imagens captadas de Pinterest