Oco sem fundo

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Se pudesse, ela dobraria cada segmento do seu corpo para escondê-los no buraco aberto em seu peito.
Naquele oco sem fundo, interminável, que se fizera marca nova da vida que escolheu seguir.
Os pés tortos, os joelhos apertados, as pernas contra o vazio contorciam o desejo de menos dor.
Para domar sua alma chorosa
Sequiosa de paz
E calor.

Ecos da última aula de inglês OU Sobre as ciladas da relação a dois

imagePara pensar, deixar fermentar e pensar de novo.

“You fall in love with a man because he is everything your father isn’t. He is strong and tough and you like that. He sweeps you off your feet. You don’t even realize how much he takes over your life, how you start to became merely an extension of him, rather than a separate entity or as you dream, one grander entity, two becoming one in love, like out of a romance novel. You acquiesce on small things, then large things, then everything. Your laugh starts to quiet before disappearing altogether. Your smile dims until it is only a facsimile of joy, something you apply like mascara.”

Harlan Coben – The Myron Bolitar Collection

Mulheres com asas

Há muitos anos, num dia em que me senti especial por ser mulher, escrevi uma poesia simples, imperfeita, quase boba, mas honesta. Hoje, em meio a mulheres fortes e altivas, rememorei a mesma sensação e a poesia que registrou um dia antigo. Com todas as mulheres, compartilho minha lembrança.

img_1916Se as mulheres tivessem asas
Nossos sonhos voariam mais alto
Com a sedução da natureza feminina
Os devaneios do real seriam castos.

Se as verdadeiras mulheres voassem
Voariam nossos anseios certos
Viajariam as sementes dos fatos ideiais
E colheríamos na vida sonhos nossos secretos.

Se as mulheres aladas fossem
Fosse a vida como fosse
Nos moldaríamos na leveza das asas que fogem no ar
Viveríamos na vida como no sonho se sustenta o sonhar.

 

The Angel” de William Baxter Palmer Closson (1848-1926)