Se nas noites escuras
Eu pudesse flutuar sob o zelo
Dos teus olhos atentos
Talvez não chegasse a ser
A melhor ou a mais bonita
Mas, seria, com certeza, a mais feliz.
(10/11/2001, do Diário Pessoal de Grace Cristina Ferreira-Donati)
Se nas noites escuras
Eu pudesse flutuar sob o zelo
Dos teus olhos atentos
Talvez não chegasse a ser
A melhor ou a mais bonita
Mas, seria, com certeza, a mais feliz.
(10/11/2001, do Diário Pessoal de Grace Cristina Ferreira-Donati)
Assim…
Que, enfim, aparecer o que eu disse
Que, de repente, se fizer como seu eu visse
Já tudo diluído estará
Já tudo lembrança pra mim
Já tarde será…
Assim que acontecer.
(02 de abril de 1998, Diário pessoal de Grace Cristina Ferreira-Donati)
Imagem: reprodução de escultura de Ana Maria Pacheco. Fonte: https://br.pinterest.com/source/prattcontemporaryart.co.uk
Arranca de mim este riso
Como se estirpe da carne o mal
Na mesma fúria
Com luz teatral
Em pleno gozo
Sem fim, afinal.
Escancara de vez esta ira
Como exibe na face o fel
No mesmo grito
Com voz cruel
Em regozijo
À guerra, fiel.
Arrebenta num golpe a ferida
Como exime de si a dor
Na mesma injúria
Com veste de amor
Em um assalto
Meu sangue ao feitor.
Na menina que cruzava a estrada via-se a nudez pálida e ingênua, a timidez eriçando a pele, o olhar recoberto por si mesma. No rosto, e escorrendo em seu colo, todas as palavras densas estampadas. Todas divulgando em transparência o recato e o caos. Todas elas, ao mesmo tempo, sobre o mesmo espaço, vestindo a face e revelando a singeleza de sua vida em flor. Ah! Que palavras ilegíveis perpetuadas nesta pele… Quais amores e dores lhe definiram nesta clareza leve? Qual léxico lhe revela a alma? Qual alma que entrega a si em salva de palavras fáceis e insistentes? Por que cruza tal estrada e se exibe nas palavras segredadas?
Imagem coletada em Pinterest: http://pin.it/YMX9jQH