Poderia ser um espelho Para refletir o que o rio é. Sendo quem é, o rio se basta. Poderia ser o branco de um branco sem graça No muro diante do rio. Poderia ser só o rio Sem nada a olhar o rio. Mas é uma tela de cores De gente e bicho e céu que vivem por aqui Brotando do rio E resistindo a tudo, com ele.
Trabalho de @ude_alc , Robson Duarte (@megart.graffiti), @gnos.am e @thaizis, em @marinameucasooficial, Boa Vista (RR), fotografia de Grace Donati, em 07 de abril de 2023.
Eu tenho uma pasta pública no Pinterest intitulada Urbanidades. Ela reúne imagens incríveis, às vezes engraçadas, às vezes sensíveis, provocadoras, cheias de crítica, cor e poesia. Sou encantada pelo modo como as pessoas podem interferir no espaço urbano, provocando reflexões e espalhando beleza. O belo cuida da alma! Eu fiz uma seleção para compartilhar este olhar por aqui:
NOTA: Todas as imagens foram encontradas no Pinterest, considerando a alta taxa de compartilhamento das imagens, não foi possível fazer a atribuição de créditos com segurança. Agradeço qualquer contribuição para a citação correta de autoria das imagens fotográficas.
Ela é uma mulher de 70 anos, minha tia querida e amada, que sempre me cuidou como uma mãe cuida e zela por um filho. Neusa convive com uma malformação cortical, que lhe impõe algumas restrições de mobilidade, funcionalidade e comunicação. Ela sobrevive ao seu próprio corpo e usa-o, como pode, para se ser livre, produtiva, independente e feliz. Há, relativamente pouco tempo, Neusa descobriu a aquarela pelas mãos do querido amigo André Marques que lhe presenteou e ainda a presenteia com tinta, canson, pincéis e godet. Muito mais que isso, André ofereceu à Neusa uma nova forma de expressão, uma significativa ampliação das linguagens que podem traduzir o que pensa e sente. Com quase nenhuma instrução, o que essa artista tem feito é fazer desabrochar no papel as flores de múltiplas cores do lugar onde vive. Com pinceladas fortes como ela, a gente enxerga fácil toda uma variedade de flores de maio – suas preferidas -, além de dálias e muitas florzinhas sem nome e muito charme. Pela primeira vez no blog, apresento algumas reproduções de suas aquarelas.
A Arte é verdade e é falsidade, ou realidade e irrealidade. Esta ideia oferece-nos, per se, elementos sobre o caráter do que é a Arte, que, na verdade, se concebe na ficção.
GONÇALVES, Carla Alexandra. Para uma introdução à Psicologia da Arte: as formas e os sujeitos. Lisboa: Edições 70, 2018, p. 55.
Na semana passada eu estive, pela primeira vez, em Inhotim, o belíssimo Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico que fica em Brumadinho, Minas Gerais. Reconhecido como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) pelo Governo de Minas Gerais e pelo Governo Federal, o local tem um acervo de arte contemporânea de excelência, constituído por obras que brilham sob o sol e a sombra do jardim e que também se organizam em modernas galerias espalhadas por 140 hectares. O que se vê é uma íntima interlocução entre Arte e Natureza que enche os olhos e desperta a alma para boas e profundas reflexões. A correria do dia-a-dia urbano revelou-se, quando submergia da minha memória recente, algo absolutamente desprovido de sentido. A grandeza de Inhotim me provocou rever meus vazios. Doeu. Mas me elevou.
Banco construído a partir do tronco caído de uma árvore – Inhotim, Brumadinho – MG, BrasilPé de quê eu não sei… mas é lindo!Umas das lindezas que minha fóvea viu!!!Ramos, ramos, ramos, ramos… “Balançando naqueles galhos, descansava qualquer pensamento…”Uma Phalaenopsis assim… sendo rosa e feliz em meio ao verde todo.Por ilhas e pontes e árvores, árvores, árvores…Etlingera Elatior e Heliconias esbanjando vida.