As coisas têm peso,
massa, volume, tamanho,
tempo, forma, cor,
posição, textura, duração,
densidade, cheiro,
valor, consistência,
profundidade, contorno,
temperatura, função,
aparência, preço,
destino, idade, sentido.
As coisas não têm paz.
Autor: Grace Cristina Ferreira-Donati
Aninha e suas pedras, de Cora Coralina
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
Plantação
Para dias cinzentos, recomendo plantar cores.

Urbanidades
Eu tenho uma pasta pública no Pinterest intitulada Urbanidades. Ela reúne imagens incríveis, às vezes engraçadas, às vezes sensíveis, provocadoras, cheias de crítica, cor e poesia. Sou encantada pelo modo como as pessoas podem interferir no espaço urbano, provocando reflexões e espalhando beleza. O belo cuida da alma! Eu fiz uma seleção para compartilhar este olhar por aqui:















NOTA: Todas as imagens foram encontradas no Pinterest, considerando a alta taxa de compartilhamento das imagens, não foi possível fazer a atribuição de créditos com segurança. Agradeço qualquer contribuição para a citação correta de autoria das imagens fotográficas.
Das flores que eu colhi
Há dias em que é preciso viver
Das flores que se colhe
Das cores que pingam
E fazem folhas no papel
Das flores que eu colhi
Foi mais sutil me ver brotar.

O jardim
Às vezes, é preciso fazer um jardim lá fora para vê-lo nascer cá dentro.

O caminho de São João
Nesta tarde eu me detive a observar, por alguns minutos, Caravaggio pintando São João. O santo ficou em minha cabeça e se misturou com as cores das festas juninas do nordeste brasileiro (acho que é ainda efeito do show Arraial de Gil veiculado online recentemente e que enterneceu meu coração enquanto durou). Numa época sem festa alguma, sem comemorações, criei um caminho para São João passar.

Fumacinha
Morrer podia ser uma mudança lenta Nada de drama ou de dor Nada de lágrima. O vento, ao tocar o corpo levaria dele Um tanto do suor e do calor Um fio, um cheiro, um brilho. A cada sopro, menos do corpo um pouco A capa passagem pela carne Uma subtração de minúsculos pedaços de existência Uma viagem de cortes de si por aí A derradeira desconstrução sutil e flutuante. E assim, até virar fumacinha Uma ex-pessoa Seria eu mais feliz.
Triste, triste, triste
Triste, triste, triste
É possível mais tristeza
Num dia finito?
Eu só queria andar
De mãos dadas pela vida
Sorrir
Abrir meu peito
E seguir
Me lançar na vida
Alegre
Celebrar a incerteza
E de mãos dadas
Seguir sem medo