Um ninho vazio tanto foi deixado quanto está à espera.
É um entreato.


Um ninho vazio tanto foi deixado quanto está à espera.
É um entreato.


E mesmo agora, que o limite me aflora
E não mais há você em volta
Eu continuo a farsa dos dias bem vestidos
Sorrindo ao sorriso de qualquer outro inimigo.
Falta eu em você
Como falta meu peito no abraço
Como falta colo ao cansaço.
Falta você em você
Como falta sorrir sem pensar
Como falta querer sem pesar.
Falta nós em você
Como falta render-se ao afago
Como falta perder-se a salvo.
Às vezes, sinto um vazio tão grande
Da grandeza de um gigante
Profundo, vasto, incerto, errante.
Às vezes, sinto este vazio no peito
Impiedoso, do coração faz leito
Bagunçado, errado, nó em contrafeito.
Às vezes, sinto no vazio o tempo
Ansioso, em oração refeito
Escasso, um rastro, tal ar rarefeito.
Às vezes, sinto um vazio pungente
Da agudeza da dor da gente
Intenso, denso, ausência inclemente.