
Cor de pegar


Se mesmo vendo, buscando reparar… não basta aos olhos a luz… ponha-se cor ao toque, com maciez e volume acariciando o coração.

Para dias cinzentos, recomendo plantar cores.

Há dias em que é preciso viver
Das flores que se colhe
Das cores que pingam
E fazem folhas no papel
Das flores que eu colhi
Foi mais sutil me ver brotar.

Às vezes, é preciso fazer um jardim lá fora para vê-lo nascer cá dentro.







Um cinza de fundo… e cores ao vento.

Ela é uma mulher de 70 anos, minha tia querida e amada, que sempre me cuidou como uma mãe cuida e zela por um filho. Neusa convive com uma malformação cortical, que lhe impõe algumas restrições de mobilidade, funcionalidade e comunicação. Ela sobrevive ao seu próprio corpo e usa-o, como pode, para se ser livre, produtiva, independente e feliz. Há, relativamente pouco tempo, Neusa descobriu a aquarela pelas mãos do querido amigo André Marques que lhe presenteou e ainda a presenteia com tinta, canson, pincéis e godet. Muito mais que isso, André ofereceu à Neusa uma nova forma de expressão, uma significativa ampliação das linguagens que podem traduzir o que pensa e sente. Com quase nenhuma instrução, o que essa artista tem feito é fazer desabrochar no papel as flores de múltiplas cores do lugar onde vive. Com pinceladas fortes como ela, a gente enxerga fácil toda uma variedade de flores de maio – suas preferidas -, além de dálias e muitas florzinhas sem nome e muito charme. Pela primeira vez no blog, apresento algumas reproduções de suas aquarelas.

Aquarela sobre canson 200, 21,0 x 29,7

Aquarela sobre canson 200, 21,0 x 29,7


Aquarela sobre canson 200, 21,0 x 29,7

Aquarela sobre canson 200, 21,0 x 29,7






