Vazia de tempo
Sem vida
Sem nenhuma cor.
O tempo que nunca fica
Que eu nunca toco
Passa fugaz, num suspiro…
Eu vi chegando
E ele quase ficou.
O tempo veio e foi roubado
E eu fiquei no chão assistindo
Sem forças
Sem fôlego
Sem espaço
Sem esperança.

Vazia de tempo
Sem vida
Sem nenhuma cor.
O tempo que nunca fica
Que eu nunca toco
Passa fugaz, num suspiro…
Eu vi chegando
E ele quase ficou.
O tempo veio e foi roubado
E eu fiquei no chão assistindo
Sem forças
Sem fôlego
Sem espaço
Sem esperança.

Hoje foi um dia morno, daqueles que nada acontece, sem graça… que talvez por isso mesmo tenha sido um dia bom, um dia com saúde e em paz, junto aos meus. Um dia ótimo se eu me lembrar do dia difícil que deve ter tido quem sofre tantas agruras e angústias, moléstia, violência ou um coração quebrado. Mas o que agita meus pensamentos neste fim de dia é como eu vou encará-lo quando eu tiver pra mim só um dia a mais. Nenhum a mais para desperdiçar com mesmices ou nada a fazer. A lembrança de hoje ou de outro dia parecido em vazio deverá pesar no meu peito um dia, mesmo que nas horas de agora ele tenha sido só um dia e nada demais.

De vazio em vazio, sigo preenchendo o nada.
Hoje, eu estou vazia de mim.
Não há sorriso que rasgue o rosto
Ou lágrima que brote a gosto.
Eu fugi sabe-se lá pra onde
Buscando sabe-se lá o que.
Nem sobrou certo ou oposto
É um gosto que é de pronto, sem gosto.
Vazia de mim
Eu só, assombro.
Às vezes, sinto um vazio tão grande
Da grandeza de um gigante
Profundo, vasto, incerto, errante.
Às vezes, sinto este vazio no peito
Impiedoso, do coração faz leito
Bagunçado, errado, nó em contrafeito.
Às vezes, sinto no vazio o tempo
Ansioso, em oração refeito
Escasso, um rastro, tal ar rarefeito.
Às vezes, sinto um vazio pungente
Da agudeza da dor da gente
Intenso, denso, ausência inclemente.