Como mulher que sou, permito-me antecipar o que a sociedade atribuiu como meu dia e me por a dialogar com todas as demais da minha espécie.
Querida,
Permita-se a franqueza de ser quem verdadeiramente é. Permita-se a autenticidade, a verdade dos seus cabelos bagunçados e da alma entrelaçada de dor. Permita-se colocar-se confortavelmente no mundo. Permita-se a risada escandalosamente solta. Permita-se evocar a insensatez e proclamar seu desejo aos ventos. Permita-se enterrar passados sombrios e experimentar novos rios, vidas a fio. Permita-se a singeleza e a delicadeza. Permita-se o grito dos limites, a solidez do basta-se. Permita-se tocar a vida em erros, defender seus acertos e erguer o queixo, sem medo. Permita-se a descrença e a fé ingênua, o desatino do momento, criar e manter segredos. Permita-se a queda. Permita paixão à própria solidão. Permita o perdão ao não. Permita voz a cada flecha atroz. Permita-se negar e fazer parar. Permita-se estar onde quiser estar. Permita-se calar e falar. Permita-se desagradar e amparar. E quando, por algum segundo, esquecer que é em si que deve estar, permita-se parar, recolher-se e voltar.
Republicou isso em VERBOGERENe comentado:
Pelo Dia Internacional da Mulher… validando cada palavra, novamente.
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