Uma busca rápida em sites de pesquisa é capaz de nos informar, com linguagem pomposa, que biruta “é uma manga ou tubo de tecido, semelhante a um saco cônico, com a abertura mais larga presa a um aro e fixa a um mastro, e a outra, mais estreita, solta, que se enfuna quando o vento sopra, indicando, assim, a direção deste”. No entanto, após ter sido presenteada com uma biruta criativa e inovadora, é necessário acrescentar sentido à definição. Thiago, o personagem principal desta história e inventor da alegre biruta, fez de nosso encontro prosaico, uma poesia de expressão de saudades e entusiasmo, entregando-me o presente especial que trazia consigo, após uma revelação lenta e solene para o efeito de maior surpresa. Pousando olhos sorridentes sobre mim, deflagrou sua arte escondida: “É pra você! É uma biruta!”. E então, antecipando-se a qualquer manifestação da minha ignorância, acrescentou: “Serve para indicar a direção do vento. Assim, você sempre saberá para onde ir.” A biruta, construída com papel e moldada em formato cilíndrico ostenta grafismos de bela sensibilidade, com cores vibrantes e que se finda em tiras de crepon azul, que têm a enorme responsabilidade de me indicar para onde seguir. Thiago sugeriu que eu pendurasse a biruta em minha sala de trabalho para que sempre me lembre dele. E que a coloque ao vento, quando desejar descobrir para onde ele sopra. Sei, na verdade, que quando olhar para minha biruta, mesmo no interior protegido da minha sala, lembrarei que a direção a ser tomada deve ser aquela que me põe ao encontro de um outro alguém.
Republicou isso em VERBOGERENe comentado:
Pelo que eu vivi hoje junto deste menino muito especial… emprestei-lhe minha biruta pelo tempo que for preciso para que se lembre sempre onde está o meu colo.
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