Há mais comunicação do que a fala diz

Durante o percurso dos últimos quatro anos, em que estive mergulhada no desenvolvimento da minha tese de doutorado, voltar a escrever poesia foi algo tão inesperado, quanto óbvio. Escrita faz nascer mais escrita, um dia alguém falou. Em muitos momentos, a descrição de um artigo científico ou de um procedimento metodológico, no espaço entre as linhas e os capítulos, eu era impulsionada para interstícios emocionais, que me ajudavam na tradução das ideias embrenhadas em sentimentos. Neste post, quero compartilhar alguns destes momentos, modelados na perspectiva da pessoa que não fala ou que não pode se expressar plenamente por meio da fala e, que necessita, desta maneira, de apoios para se comunicar.

Imagem poemada – Interstício Um

“E se pudéssemos imprimir os sentidos e trocá-los entre nós…?”

Imagem poemada – Interstício Dois

“Seus olhos, todo seu brilho e cor, todo em busca da troca

Encontrará os meus no ponto em que um desejo se torna imagem.

Assim, daremos vida a uma voz secreta que espera ecoar dentro de você.”

Imagem poemada – Interstício Três

“Criativas as linhas que no encontro, em uma imagem, preenchem o espaço de conteúdo e simbolizam as vozes que vão dentro de mim. Imaginadas palavras que tracejam euforias, segredos, certos e avessos e me permitem existir”.

Imagem poemada – Interstício Quatro

“E então, lhe serão dados olhos para me ouvir”.

Há sempre um gesto que diz

Um sorriso que indica

Uma voz que aponta

Um olhar que revela

Uma imagem que brilha.

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