“Hoje, quando a dor escorria de seus olhos e tatuava minha pele, pedi pela sua vida mais do que pediria pela minha. Assim, senti que meu colo pode ser seu repouso, um caminho, um alívio… do inexorável que há em cada dia”.
Dia: 3 de maio de 2017
Pequena história de uma biruta
Pelo que eu vivi hoje junto deste menino muito especial… emprestei-lhe minha biruta pelo tempo que for preciso para que se lembre sempre onde está o meu colo.
Uma busca rápida em sites de pesquisa é capaz de nos informar, com linguagem pomposa, que biruta “é uma manga ou tubo de tecido, semelhante a um saco cônico, com a abertura mais larga presa a um aro e fixa a um mastro, e a outra, mais estreita, solta, que se enfuna quando o vento sopra, indicando, assim, a direção deste”. No entanto, após ter sido presenteada com uma biruta criativa e inovadora, é necessário acrescentar sentido à definição. Thiago, o personagem principal desta história e inventor da alegre biruta, fez de nosso encontro prosaico, uma poesia de expressão de saudades e entusiasmo, entregando-me o presente especial que trazia consigo, após uma revelação lenta e solene para o efeito de maior surpresa. Pousando olhos sorridentes sobre mim, deflagrou sua arte escondida: “É pra você! É uma biruta!”. E então, antecipando-se a qualquer manifestação da minha ignorância, acrescentou: “Serve para indicar…
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As faltas
Falta eu em você
Como falta meu peito no abraço
Como falta colo ao cansaço.
Falta você em você
Como falta sorrir sem pensar
Como falta querer sem pesar.
Falta nós em você
Como falta render-se ao afago
Como falta perder-se a salvo.
Sentir em curtas
O quanto de prosa cabe a um poeta?
E quão inexorável é a escuridão que lhe atravessa?